Idolatria

Como brasileiros crescemos com a idolatria. Fizemos pacto com a Rainha dos Céus, logo no início da nossa história. Ela é conhecida na nossa terra, como  "Maria", mãe de Jesus. A pesquisa histórica e teológica nos leva a identifica-la, como muitas  deusas de várias culturas e religiões: Isis, Shiva, Tanit, Diana. Uma delas é identificada como Astoreth dos moabitas, consorte de Moloch que exigia o sacrifício de crianças.

Assim, na realidade nós estávamos adorando uma entidade que exige mutilação de corpos, sacrifício de crianças. Ela também odeia as mulheres e separa os casais. Como nação brasileira, estivemos adorando a Rainha dos Céus e isto traz uma série de implicações.

Quando a idolatria se instala numa cultura, ela a faz com uma força tal para fazer cegar multidões. E a Palavra de Deus diz que os fabricadores dos ídolos e os que neles confiam se tornam semelhantes a eles (Sl 115:4-8). Dr. Koissuke Koyama, autor da do livro Teologia do Búfalo expôs a questão, de maneira muito pertinente:

"A idolatria cria uma estranha dinâmica entre os  ídolos e nós, os adoradores. O ídolo começa a falar, ver, ouvir, cheirar e andar por nós. Quando isto acontece, nós nos tornamos como eles, isto é cegos, surdos, amordaçados e paralisados. Acontece uma permuta viciosa no culto aos ídolos. Eles se tornam eloqüentes e nós, adoradores,  mudos e passivos. A situação da idolatria é a mais dinâmica possível de ser produzida na mente humana, mas o seu produto é a paralisia e destruição e não criatividade."

A maldição hereditária que pode se perpetuar de geração em geração, é causada pela idolatria, segundo Êxodo 20:2-6. Uma outra conseqüência, dificilmente aceita, como tal, pelo povo em geral é que ela afeta o comportamento sexual com prostituição e perversão sexual. (Rm 1:18-27)

E a perversão sexual acompanha a violência e derramamento de sangue.

"Tu, pois, ó filho do homem, acaso, julgarás, julgarás a cidade sanguinária? Faze-lhe conhecer, pois, todas as suas abominações  e dize: Assim diz o SENHOR Deus: Ai da cidade que derrama sangue no meio de si, para que venha o seu tempo, e que faz ídolos contra si mesma, para se contaminar! - Pelo teu sangue, por ti mesma derramado, tu te fizeste culpada e pelos teus ídolos, por ti mesma fabricados, tu te contaminaste e fizeste chegar o dia do teu julgamento e o término de teus anos; por isso, eu te fiz objeto de opróbrio das nações e de escárnio de todas as terras.  As que estão perto de ti e as que estão longe escarnecerão de ti, ó infamada, cheia de inquietação" (Ez 22:1-5).

Os ídolos se transformam em incorporação de demônios. O pau, a pedra, o gesso, o metal seja ouro ou prata - eles são apenas materiais.Mas, desde que uma imagem feita destes materiais receba a adoração do ser humano, ela se torna morada de demônios, de acordo de com o texto de 1 Coríntios.

"Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo.  Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?  Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão. Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar? Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. - (1Co 10:10-20)

E, diante de todos estes fatos, nós evangélicos, podemo-nos jactar de que estamos isentos destes pecados. Podemos afirmar que não somos de forma nenhuma idólatras. Pois, não temos imagens de santos, nem adoramos nenhuma estatueta que simbolize alguma entidade espiritual, nas nossas casas e nem no lugar da nossa adoração.

Mas, existe uma idolatria mais insidiosa e sutil: da pessoa amada, da pessoa a quem admiramos profundamente.  Ela pode ser do marido, do filho, dos pais, do pastor amado; do líder da denominação, da cabeça do movimento e do ministério. Muitos movimentos e igrejas têm sido infectados por este vírus. Estes, serão julgados por Deus, no seu devido tempo, se não se arrepender.

Pois, Deus não irá permitir que nós mortais venhamos roubar a glória que somente a Ele pertence.

Já imaginou o que poderia acontecer, quando um objeto da nossa idolatria, o pastor Felisbino começar a pensar por nós, falar por nós, andar por nós, trabalhar por nós, administrar por nós, comprar por nós, e nós, por nossa vez,  nos tornar cada vez mais cegos, surdos, mudos, paralisados, despersonalizados e destruídos.  Pois nós não mais viveríamos, mas, sim o nosso objeto de idolatria?

Tiramos Deus do seu trono e colocamos o Pr. Felisbino no seu lugar. Ofendemos a Deus, ferimos o seu coração e a sua santidade. E, desta forma, nós nos tornamos, nas mãos dos nossos inimigos, instrumentos para ridicularizar Deus. E este pecado juntamente com qualquer outro, são combustíveis para fortalecimento do nosso inimigo, Satanás e as suas hostes.  Estamos provocando a ira de Deus e nós nos tornamos alvo do seu severo julgamento.

O mais trágico é que no meio destes movimentos, igrejas e agrupamentos evangélicos, onde aparece a idolatria, certamente observaremos, quase sempre, a presença dos pecados sexuais: a prostituição, o adultério e a violência entre o marido e mulher.

Nós teríamos que ser os primeiros a nos arrepender dos pecados de idolatria. Aquela que se instala em nosso meio de maneira silenciosa e perigosa para nos destruir. Por isto, continuemos a confrontar a idolatria da Rainha dos Céus, mas não deixemos de nos examinarmos e  nos analisarmos  se não estamos incorrendo no erro de envolvermo-nos com a "ministeriolatria", "numerolatria", "egolatria", "sexolatria", a idolatria da denominação, do nosso movimento e da nossa reputação.

O avivamento virá, a transformação da nossa nação acontecerá se realmente nós tomarmos a iniciativa de sermos absolutamente honestos e abandonarmos a nossa idolatria tão comum dentro dos que usam o nome de Jesus.

Renunciemos a nós mesmos, tomemos a nossa cruz que Jesus nos deu, para morrermos para nós, dia  a dia, e sigamos a Jesus, nos seus passos de obediência.